sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Veranistas deixam rastro de 30 toneladas de lixo por dia nas areias de Capão da Canoa

Um problema histórico se mudou para a praia. E de nada adianta propaganda de conscientização ambiental. O povo anda muito desligado. Não são todos. Mas, em geral, aproveitam o dia de praia e viram as costas deixando os restos do que consumiram atirados na areia.

Essa atitude é o que tira o paradeiro do quiosqueiro Luiz Claudio Junior, 39 anos. Ele passa dia e noite fazendo uma varredura no trecho da orla que compete a ele. Nesta sexta-feira, sob o sol forte do amanhecer de Capão da Canoa, com temperatura de 24°C e exposto ao vento de 10 km/h, Junior repetia os movimentos diários, das 7h30min até as 8h, tudo para esperar os clientes com a casa limpa.

— Não adianta muito. Passo o dia todo corrrendo atrás da sujeira. Limpo porque acho que fica bonito — diz o quiosqueiro.

Tem de tudo rolando pelo chão. As baganas de cigarro são os mais difíceis de retirar. Os palitinhos de picolé são os mais preocupantes, pois se escondem na areia e machucam as crianças, argumenta Junior. Mas os campeões são sabugos de milho e cocos.

O coco, aliás, é um campeão. Das 30 toneladas de lixo que a prefeitura de Capão da Canoa recolhe diariamente da orla, 20 é só de coco. Conforme o secretário de Obras do município, Davenir Lima de Lima, tem um caminhão só para isso, com destino próprio. O produto vai para uma unidade de reciclagem, onde é picado para ser transformado em adubo orgânico.

— No final de semana esses números dobram — alerta o secretário.

A dica de Junior, o quiosqueiro, é simples e pode fazer a diferença: traga uma sacola de casa e leve os restos da comida até uma lixeira ou para a casa com você. E não tem desculpa: se esquecer, vá até o quiosque mais próximo, que eles te doam uma sacolinha. Só não tem desculpa para o esquecimento do lixo na beira da praia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário